sábado, 30 de janeiro de 2010

MOTIVAÇÕES PARA A PESQUISA ESPACIAL

Em primeiro lugar, esta pesquisa me tráz enorme satisfação, pois as questões abordadas sempre me aguraçam a curiosidade e me remetem aos meus 12, 13 anos, quando já era um aficcionado pelas histórias escritas por Júlio Verne. Imaginar-me diante da grandeza do Universo, dos seus encantos e mistérios, sempre me levou a pensar no quanto ele realmente é imponderável e no quanto somos diminutos diante de sua vastidão.

Em 2006, ao concluir a graduação de Direito, tive a oportunidade de escrever sobre a exploração das riquezas da Lua e o Direito Espacial atual, quando entrei em contato mais ínitimo com questões que afligem a Humanidade: o fim das fontes não renováveis de energia (Petróleo, gás, carvão) e a possível matríz energética que imperará em 2050 e depois, o fim da vida no Planeta Terra, por alguma catástrofe (colisão de meteóritos, por exemplo), a utilização do Espaço para fins militares, se estamos ou não sozinhos no Universo e, especialmente, o que pode ou ser feito ao se partir para a exploração de um novo corpo celeste (a Lua, por exemplo). Aí é preciso pensar no legado que se deve deixar alí e, lógico, muito diferente do que fazemos em nosso Planeta Terra, que está sendo sufocado pelo lixo que produzimos nesta corrida louca pelo consumo, pela destruição insana de nossas reservas de água potável e outras inúmeras besteiras que a Humanidade pratica diariamente contra este organismo que se preparou bilhões de anos para nos acolher. Também foi possível entender um pouco mais o que as grandes agências espaciais estão planejando para as próximas décadas em termos de pesquisa científica e desenvolvimento de meios de acesso ao espaço e de como a espécie humana poderá continuar sua trajetória, face à possível destruição do Planeta que habitamos e as regras vigentes para que a utilização dos recursos de um Corpo Celeste seja feita de forma diferente do que é praticado na Terra. Foi uma pesquisa instigante, que contei com o apoio entusiamado do Professor José Monserrat Filho, o maior especialista brasileiro na área do Direito Espacial no Brasil e que atua hoje no Ministério de Ciência e Tecnologia, como Chefe da Assessoria de Relações Internacionais.

O trabalho atual de pesquisa é, na realidade, motivado pelo anteriormente relatado, pelo quanto de envolvimento tive com fatos e pessoas ligadas à área espacial. Mas agora o objetivo é mais palpável, pois decidi estudar e buscar demonstrar que o Brasil, através das instituições ligadas ao Programa Espacial Brasileiro (AEB, INPE e CTA), evoluiu, de forma consistente, nas diversas áreas do conhecimento e na aplicação de metodologias de gerenciamento de projetos depois da ocorrência, em 22 de agosto de 2003, do acidente com o VLS-1 V3 (Veículo Lançador de Satélites, versão 3), na Base de Alcântara, no Maranhão. Nesta ocasião morreram 21 pesquisadores e técnicos do CTA e foi um tremendo baque na execução do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), pela fatallidade do acidente e a perda de pessoas importantes na sua continuidade. Não discuto em meu trabalho o problema ocorrido, pois foi investigado à exaustão por especialistas técnicos brasileiros e russos e o Relatório Final, com as conclusões e os devidos esclarecimentos produzidos por esta Comissão e aprovados pelo Ministério da Defesa, está disponível para quantos queiram dele tomar conhecimento (http://www.defesanet.com.br/docs/VLS-1_V03_RelatorioFinal.pdf). Então o que investigo é o quanto o Brasil aprendeu com este fato e está utilizando na retomada dos trabalhos que levarão ao lançamento do VLS-1 V4 que, certamente, colocará o País novamente em destaque no campo espacial e abrirá o caminho para que busque novos e arrojados projetos nesta área. Estou também, com este trabalho identificando metodologias que as princiapis agências espaciais (ESA, NASA, JAXA e outras) aplicam em termos de gerenciamento de projetos espaciais e comparar com o que é feito no Brasil.

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