domingo, 28 de fevereiro de 2010

VISITA AO INSTITUTO DE AERONÁUTICA E ESPAÇO

No dia 26 de fevereiro de 2010 estive reunido com Técnicos e Pesquisadores do Instituto de Aeronáutica e Espaço, pertencente ao Centro Tecnológico da Aeronáutica, em São José dos Campos (SP) em continuidade às pesquisas de campo para elaboração do meu TCC. Foi a oportunidade de conhecer melhor o trabalho alí realizado para atender aos objetivos do Plano Nacional de Atividades Espaciais.
Fui gentilmente recebido pelas seguintes pessoas: Delma Felício (Chefe da Coordenadoria de Gestão da Qualidade do IAE, Paulo Roberto Sakai (Engenheiro, Pesquisador e Responsável pela Qualidade e Confiabilidade Espacial), Eduardo Dore Roda (Engenheiro e Gerente de Projetos de Foguetes de Sondagem) e Dr. Silvio Fazolli (Pesquisador e Coordenador da Qualidade e Confiabilidade em Ensaios Não Destrutivos). Todas as pergundas, previamente formuladas ao IAE foram respondidas, além de ter recebido diversas outras informações sobre o Instituto e projetos em andamento.

sábado, 30 de janeiro de 2010

MOTIVAÇÕES PARA A PESQUISA ESPACIAL

Em primeiro lugar, esta pesquisa me tráz enorme satisfação, pois as questões abordadas sempre me aguraçam a curiosidade e me remetem aos meus 12, 13 anos, quando já era um aficcionado pelas histórias escritas por Júlio Verne. Imaginar-me diante da grandeza do Universo, dos seus encantos e mistérios, sempre me levou a pensar no quanto ele realmente é imponderável e no quanto somos diminutos diante de sua vastidão.

Em 2006, ao concluir a graduação de Direito, tive a oportunidade de escrever sobre a exploração das riquezas da Lua e o Direito Espacial atual, quando entrei em contato mais ínitimo com questões que afligem a Humanidade: o fim das fontes não renováveis de energia (Petróleo, gás, carvão) e a possível matríz energética que imperará em 2050 e depois, o fim da vida no Planeta Terra, por alguma catástrofe (colisão de meteóritos, por exemplo), a utilização do Espaço para fins militares, se estamos ou não sozinhos no Universo e, especialmente, o que pode ou ser feito ao se partir para a exploração de um novo corpo celeste (a Lua, por exemplo). Aí é preciso pensar no legado que se deve deixar alí e, lógico, muito diferente do que fazemos em nosso Planeta Terra, que está sendo sufocado pelo lixo que produzimos nesta corrida louca pelo consumo, pela destruição insana de nossas reservas de água potável e outras inúmeras besteiras que a Humanidade pratica diariamente contra este organismo que se preparou bilhões de anos para nos acolher. Também foi possível entender um pouco mais o que as grandes agências espaciais estão planejando para as próximas décadas em termos de pesquisa científica e desenvolvimento de meios de acesso ao espaço e de como a espécie humana poderá continuar sua trajetória, face à possível destruição do Planeta que habitamos e as regras vigentes para que a utilização dos recursos de um Corpo Celeste seja feita de forma diferente do que é praticado na Terra. Foi uma pesquisa instigante, que contei com o apoio entusiamado do Professor José Monserrat Filho, o maior especialista brasileiro na área do Direito Espacial no Brasil e que atua hoje no Ministério de Ciência e Tecnologia, como Chefe da Assessoria de Relações Internacionais.

O trabalho atual de pesquisa é, na realidade, motivado pelo anteriormente relatado, pelo quanto de envolvimento tive com fatos e pessoas ligadas à área espacial. Mas agora o objetivo é mais palpável, pois decidi estudar e buscar demonstrar que o Brasil, através das instituições ligadas ao Programa Espacial Brasileiro (AEB, INPE e CTA), evoluiu, de forma consistente, nas diversas áreas do conhecimento e na aplicação de metodologias de gerenciamento de projetos depois da ocorrência, em 22 de agosto de 2003, do acidente com o VLS-1 V3 (Veículo Lançador de Satélites, versão 3), na Base de Alcântara, no Maranhão. Nesta ocasião morreram 21 pesquisadores e técnicos do CTA e foi um tremendo baque na execução do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), pela fatallidade do acidente e a perda de pessoas importantes na sua continuidade. Não discuto em meu trabalho o problema ocorrido, pois foi investigado à exaustão por especialistas técnicos brasileiros e russos e o Relatório Final, com as conclusões e os devidos esclarecimentos produzidos por esta Comissão e aprovados pelo Ministério da Defesa, está disponível para quantos queiram dele tomar conhecimento (http://www.defesanet.com.br/docs/VLS-1_V03_RelatorioFinal.pdf). Então o que investigo é o quanto o Brasil aprendeu com este fato e está utilizando na retomada dos trabalhos que levarão ao lançamento do VLS-1 V4 que, certamente, colocará o País novamente em destaque no campo espacial e abrirá o caminho para que busque novos e arrojados projetos nesta área. Estou também, com este trabalho identificando metodologias que as princiapis agências espaciais (ESA, NASA, JAXA e outras) aplicam em termos de gerenciamento de projetos espaciais e comparar com o que é feito no Brasil.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

SEGUNDA VISITA AO INPE

Na segunda visita que fiz ao INPE, de São José dos Campos, fui conhecer o trabalho da equipe de Engenharia de Satélites. Neste dia fui recebido pelo Professor, Pesquisador e ex-Diretor do INPE, Dr. LEONEL F. PERONDI, cujo doutorado foi feito na Universidade de Oxford, na área de Física Aplicada, com ênfase em Físita da Matéria. O Dr. Perondi, com toda sua simplicidade, me recebeu por mais de duas horas e me fez conhecer boa parte do trabalho que ali é realizado para projeto e construção de satélites e sistemas de solo, incluindo as áreas de Mecânica Espacial e Controle, Eletrônica Aeroespacial, Sistemas de Solo e Manufatura. Interessante mesmo foi ver, na prática, a aplicação dos conceitos e procedimentos da ECSS (European Cooperation for Space Standartization), divisão da ESA (Agência Espacial Européia) para normatização dos projetos na área espacial, os quais eu havia eleito como referencial teórico para minha pesquisa. O INPE documenta muito bem os projetos com base nesta documentação e em experiências adquiridas ao longo dos anos. A ECSS tem normas / metodologias para todas as áreas de conhecimento e adota o PMBOK.
Além do que é realizado na área de Engenharia de Satélites pude ter uma visão mais ampliada dos trabalhos desenvolvidos pelo INPE, quais sejam: Ciências Espaciais e Atmosféricas, onde realiza pesquisa e experimentos em Aeronomia, Astrofísica e Geofísica Espacial; Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, com estudos nas áreas de Ciências Metereológicas, Metereologia por Satélite, Previsão do Tempo e Climatologia; Observação da Terra, onde é feito o Sensoriamento Remoto e o Geoprocessamento, levantamento de Recursos Naturais e Monitoração do Meio Ambiente e os Laboratórios onde são feitas pesquisas básicas e para desenvolvimento de tecnologias de sensores e materiais, plasma, computação, Matemática Aplicada, Combustão e Propulsão.

Em fevereiro próximo estarei de novo no INPE e, desta vez, também no DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) ligado à Aeronáutica e que é responsável pelas pesquisas, projeto e construção de foguetes, como o VLS - Veículo Lançador de Satélite, além de operar as bases de lançamento de foguetes de Alcântara e Barreira do Inferno. Mas isso será relatado em outra ocaião.



terça-feira, 26 de janeiro de 2010

MINHA PRIMEIRA VISITA AO INPE

Minha visita ao INPE, em São José dos Campos, foi uma experiência fantástica, especialmente por ter encontrado ali um ambiente onde as pessoas, realmente, fazem a diferença. E vi, em cada um que tive a oportunidade de conversar, o orgulho de estar participando de um projeto grandioso para o Brasil. Quem me recebeu, na primeira visita, e dedicou várias horas a me apresentar o Laboratório de Integração e Testes foi o Pesquisador GEILSON LOUREIRO, capixaba radicado em São José dos Campos e uma das pessoas responsáveis pelo que é hoje este magnífico Laboratório.

No Laboratório de Integração e Testes (LIT), os Satélites são montados, integrados e testados e alí também são desenvolvidas todas as atividades necessárias de qualificação de componentes e sistemas espaciais. O LIT dispõe de moderníssimos laboratórios de ensaios nas áreas de eletricidade, pressão, temperatura, vibro-acústica, antenas, vibração e choque, interferência / compatibilidade eletromegnética, Tempo e Frequência e Dimensional, todos credenciados pelo INMETRO segundo a Norma ISO IEC 17.025, o que o coloca como laboratório de referência nacional. Não é por acaso que o LIT já atendeu a mais de 1.000 empresas na qualificação de produtos e componentes. Isto mesmo, para não manter toda aquela estrutura apenas para ensaiar satélites, a turma trabalha pesado (3 turnos, dá para imaginar?) para qualificar a indústria nacional em todos os campos e, por consequência, levando à sociedade os benefícios de toda esta tecnologia, por agregar valor a cada produto adquirido.

Tive a oportunidade de ver de pertinho partes do Satélite CBERS-3, que está sendo construído em parceria com a China e que está em fase de qualificação para ser lançado ao espaço em 2011. O satélite CBERS-3 estava sendo preparado para testes na mais avançada câmara de simulação do ambiente espacial do Hemisfério Sul. Este foi o primeiro ensaio realizado nesta nova câmara, que tem cerca de 150 toneladas, com dimensões externas de 8 metros de largura, 10 metros de comprimento e 9,5 metros de altura, com volume interno total de 485 m3. Nesta câmara é possível simular as temperaturas extremas que o satélite enfrentará no espaço, averiguando-se assim o funcionamento de seus vários subsistemas e uma possível degradação de materiais, quando estiver, de fato, em órbita.




sábado, 16 de janeiro de 2010

INPE ABRE CONCURSO


O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) está com processo seletivo aberto a inscrições até o dia 29 de janeiro de 2010 para candidatos de nível médio e nível superior. A contratação será por tempo determinado de 1 ano podendo o contrato ser prorrogado até o limite de 5 anos, com carga horária de 40 horas semanais. As atividades técnicas a serem desenvolvidas pelos futuros contratados serão nas áreas de rastreio e controle de satélites e para pesquisa em previsão do tempo e estudos climáticos. Para maiores informações acesse o endereço www.inpe.br.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Gerenciamento de Projetos Espaciais no Brasil

Atualmente estou envolvido em pesquisas para meu Trabalho de Conclusão do Curso de Gerenciamento de Projetos da FGV (BH) cujo tema é "A Evolução do Sistema de Gerenciamento de Projetos na Área Espacial: Lições aprendidas pelas instituições ligadas ao planejamento, coordenação e execução do Programa Espacial Brasileiro, depois do acidente ocorrido em 2003 com o foguete VLS-1, em Alcântara (MA)". Conto neste trabalho com o inestimável apoio de pesquisadores do INPE e do DCTA, de São José dos Campos e de pessoal da AEB (Agência Espacial Brasileira), além de pesquisadores da ESA (Agência Espacial Européia), que foram muito receptivos em me orientar quanto à documentação utilizada por esta Agência, já que a elegi como referencial teórico para minha pesquisa.
O objetivo principal deste trabalho é demonstrar que o Brasil, através das instituições ligadas ao Programa Espacial Brasileiro evoluiu, de forma consistente, nas diversas áreas do conhecimento e na aplicação de metodologias de gerenciamento de projetos, vindo a alacançar níveis desejáveis de excelência para a continuidade da execução do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).